VOCÊ SABE BANHAR ADEQUADAMENTE O SEU BICHINHO?

O fofinho “Cookies” da tutora Isabella Paes pronto para o banho!

 

No Brasil é cultural uma frequência muito alta de banhos entre os humanos. Esse pensamento acaba se expandindo para os animais de estimação, o que nos faz pensar que banhar os pets semanalmente é o mais correto. Além disso, existe uma crendice de que o melhor produto para banhar os cães é o sabão de coco, o que não é verdade!

Há uma diferença entre banhos terapêuticos (para tratamento) e banhos de higiene (para limpeza). De maneira geral, quando o cão não apresenta nenhum problema dermatológico e não precisa de banhos terapêuticos, não é necessário banhar a cada 7 dias. Pode ser utilizado um xampu veterinário com pH entre 7 e 8 (ideal para a pele de cães e gatos) e os banhos podem ser a cada 15 ou 30 dias. Produtos humanos não são bons para os pets já que o pH deles varia entre 4,6 a 5,7. Ou seja, os produtos dermatológicos humanos são ácidos demais para os cães. Já o pH do sabão de coco gira em torno de 11 ou 12. Tão alcalino que chega perto do pH da soda cáustica (13 a 14) que como sabemos tem forte potencial abrasivo e pode ser usada para limpeza pesada e até para desentupir encanamentos! Você não vai querer usar isso no seu bichinho, certo?

Cães que apresentam pele e pelo saudáveis mas que passeiam bastante na rua ou vivem em quintal tendem a se sujarem mais. Isso pode incomodar os tutores que acabam banhando em excesso. Nesses casos, vale a pena consultar um veterinário para prescrever o melhor xampu para uso contínuo.

 Assim como nós, cães apresentam características diferentes na pele e no pelo. Para cada um, existe um produto e uma frequência ideal de banhos.

De maneira geral, cães com pele seca devem utilizar xampus hidratantes a cada 7 dias. Nesses cães também é recomendado o uso de condicionares, sprays hidratantes e hidratantes sem enxágue. Vale lembrar que a pele seca pode ser um possível agravante de dermatites alérgicas (ver post “Dermatite Atópica em Cães”). Do lado oposto, há aqueles cães com a pele tão oleosa que os banhos precisam ser a cada 4 ou 5 dias com xampus queratolíticos ou queratoplásticos, dependendo do caso. A oleosidade pode ser primária, mas também pode indicar doenças endócrinas ou parasitarias. Sempre que a pele estiver muito descamativa, é necessário investigar possíveis causas de base (ver post “Seborreia”).

Gatos, de maneira geral, não precisam ser banhados mais que uma ou duas vezes por ano. Geralmente quando apresentam problemas de seborreia são utilizados produtos tópicos sem enxágue e sem a necessidade do banho. Sem nos esquecermos de que os gatos têm o hábito de se lamberem e podem ingerir qualquer produto que for aplicado sobre a pele ou o pelo. Esses produtos precisam ser aplicados com os devidos cuidados.

Há ainda aquelas raças de cães que quanto menos banho para higiene, melhor. São elas: Akita, Bulldog Inglês, Chow-Chow, Shar-Pei, Husky Siberiano, etc. Nessas raças, utilizamos uma maior frequência dos banhos somente em casos de dermatopatias para fins terapêuticos.

Outra dúvida comum é: devemos ou não colocar algodão no ouvido dos cães para impedir a entrada de água? O problema não é cair água nos ouvidos, mas sim esses ouvidos não secarem e o acúmulo de água causar um ambiente propício à proliferação bacteriana dentro dos condutos auditivos. Outra coisa que pode acontecer é o animal se incomodar com a água e coçar as orelhas até causar lesão. Então se as orelhas forem em pé ou se forem fáceis de secar após os banhos, não precisa de algodão. Se quiser colocar algodão por precaução, pode. Só não pode esquecer ele lá dentro! São muitos os casos de infecção de ouvido causada por esquecimento de chumaço de algodão em orelhas de cães e gatos.

Deixar o pelo secar naturalmente também não tem problema desde que o cão não tenha muitas dobras cutâneas (aquelas dobras de pele que tem em Shar-Peis, Basset Houds, Bulldogs, etc). As dobras cutâneas quando ficam úmidas podem favorecer o desenvolvimento de piodermites (infecções bacterianas). Já a proliferação de fungos em cães e gatos não tem relação com a umidade da pele e do pelo como muitas pessoas acreditam. Os fungos que mais acometem esses animais têm afinidade por sebo (oleosidade) e queratina (pelos) e não por umidade. Porém, para secar naturalmente, é preciso uma área ensolarada e arejada disponível. Caso contrário, tem grande chance de o banho resultar em cheiro de “cachorro molhado”, o que obviamente é indesejável.

Toalhas ásperas podem irritar a pele dos cães, assim como escovações muito vigorosas e com escovas de arame. Essas situações devem ser evitadas ao máximo. Se for utilizar soprador ou secador de cabelos para secar, sempre manter a distância mínima de 30 cm da pele do animal e o secador não deve ser muito quente.

Perfumes e colônias são agradáveis para nós, mas nem sempre para os animais. Cuidado com o uso excessivo desses produtos.

Em caso de dúvidas na hora do banho de seu amiguinho, não deixe de consultar seu médico veterinário de confiança.

One comment to VOCÊ SABE BANHAR ADEQUADAMENTE O SEU BICHINHO?

  • fernandaknegt

    Hebert,
    Provavelmente a causa de base não está sendo resolvida. O ideal é que se façam os exames de triagem, começando pelas doenças parasitárias, e ir descartando as possibilidades até chegar em um possível diagnóstico. Causas infecciosas, alérgicas, parasitárias, fúngicas, endócrinas ou comportamentais devem ser investigadas.

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