A pele do meu cachorro não sara!

Região inguinal de um cão da raça Bulldog Francês com pústulas e lesões eritematosas.

Muitas vezes os tutores chegam ao consultório do médico veterinário dermatologista com essa queixa: a pele do meu cachorro não sara! Fica bom enquanto toma os remédios, mas quando termina o tratamento, as feridinhas, as bolinhas e a coceira voltam.

Para solucionar esse problema é preciso primeiro entender de onde ele vem. Feridas, bolinhas e machucados que vemos na pele dos pets, de maneira geral, estão lá por consequência de alguma injúria primária. Ou seja, elas são secundárias a algum problema.

Entre esses problemas, os mais comuns envolvem causas parasitárias (sarnas, piolhos, pulgas), alérgicas (dermatite atópica, dermatite alérgica à saliva de pulga, dermatite atópica induzida por aliemento, etc), disqueratóticas (seborreia, caspa) ou infecciosas (leishmaniose). Uma parcela um pouco menor pode-se relacionar às causas endócrinas (hiperadrenocorticismo, hipotireoidismo). De maneira geral, microorganismos como bactérias e fungos podem ser responsáveis por colonizar a pele já fragilizada pelas causas primárias citadas acima.

Tendo isso em mente, fica fácil perceber que se a causa de base não for solucionada, sempre teremos feridinha, bolinhas, coceira e machucados.

Vale ressaltar, que a maioria das causas de fragilidade na pele dos cães e gatos podem não ter cura. Alergias e disqueratoses, por exemplo, têm tratamento e controle. No entanto, não têm cura. Assim, se não nos esforçarmos para controlar a raiz do problema, teremos um animal com contaminação oportunista na pele por fungos e bactérias em uma frequência muito alta, chegando a 5 ou 6 vezes por ano! Isso pode gerar vários problemas para o pet e para sua família uma vez que, a cada nova crise de infecção oportunista, diversos fármacos são necessários para seu controle. Além do custo muitas vezes elevado desse tratamento, temos os efeitos colaterais das drogas no corpo dos animais e a constante exposição das pessoas que convivem com eles a esses focos infecciosos. Por isso é muito comum termos feridinhas que saram enquanto o animal está sendo medicado e depois voltam quando o tratamento termina. Assim, tão importante quanto sanar essas lesões, é descobrir qual a causa de base que está permitindo que elas aconteçam.

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