COMO SABER QUAL PROBLEMA DE PELE MEU PET ESTÁ APRESENTANDO?

Muitas pessoas acreditam que apenas o exame clínico já é capaz de definir exatamente o problema de pele apresentando pelo animal. Porém, a pele geralmente responde a diferentes agressões da mesma maneira: fica vermelha (eritematosa), coça (tem prurido) e o pelo cai (alopecia). Assim, alguns exames são necessários para definir o diagnóstico ou até mesmo excluir algumas possibilidades. Segue uma lista de exames e sua finalidade para exemplificar a importância deles:

  • Raspado de pele: Nesse exame, utiliza-se uma lâmina de bisturi para escarificar a pele e extrair células, pelos e possíveis parasitas como sarnas e piolhos que são observados em microscópio. Também há a possibilidade de realizar essa coleta com Fita adesiva de Acetato;

  Raspado de pele ( Fonte: http://bulldogapollo.com.br/)

 

  • Citologia auricular e cutânea: com o auxilio de um cotonete ou da fita adesiva de acetato, é possível colher secreções de lesões. Esses materiais são corados e examinados ao microscópio a procura de fungos (Malassezia sp e Sporothrix sp) e também bactérias (cocos e bacilos). Eventualmente e em casos especiais, formas amastigotas de Leishmaniose sp também podem ser observadas;
  • Pesquisa com Lâmpada de Wood: essa lâmpada é utilizada para pesquisar fungos dermatófitos nos pelos dos animais. Quando há infecção, os pelos tornam-se verde-maçã quando expostos a essa luz. Vale ressaltar que esse exame sozinho não é suficiente para definir o diagnóstico, ele serve apenas como triagem e para nos conduzir em qual região devemos realizar a coleta de pelos para a cultura fúngica;

 Lâmpada de Wood

 

  • Cultura fúngica: pelos são colhidos para serem semeados em meios de cultura específicos para o crescimento de fungos. Em caso de crescimento de colônia no meio de cultura, esse material deve ser corado e observado em microscópio para fechar o diagnóstico. Não são todos os fungos que crescem nos meios que têm significado clínico. Isso quer dizer que pode haver crescimento de fungos ambientais que na verdade não são os responsáveis pelas lesões nos animais, são apenas “inquilinos inofensivos” na pele dos pets;

 

Colônia extraída do meio de cultura e visualizada em microscópio

Cultura para pesquisa de fungos dermatófitos

 

 

Os exames a seguir só são realizados naqueles animais que tiveram diagnóstico de dermatite atópica pelo exame clínico, histórico e pela exclusão das demais dermatites parasitárias:

 

  • Teste alérgico sorológico: o sangue do animal é colhido e enviado para um laboratório que irá pesquisar anticorpos específicos dos principais alérgenos (componentes que desencadeiam alergia) para verificar a importância de cada um deles nas reações alérgicas dos animais;
  • Teste alérgico intradérmico: nesse teste são inoculados na pele do animal diversos alérgenos que irão ou não causar reação inflamatória nesses indivíduos. Quanto maior a reação na pele, mais importante é esse componente no quadro alérgico do paciente;

 Teste alérgico intradérmico: observe a reação da pele após as aplicações

 

A partir dos resultados desses dois exames, é possível realizarmos a terapia com vacina alérgeno-específica (uma vacina produzida especificamente para as necessidades e para as reações do animal testado) e também para realizarmos o manejo ambiental (evitar o contato do animal com os fatores mais importantes para sua alergia).

 

Outros exames complementares:

 

  • Biópsia de pele: algumas doenças só podem ser diagnosticadas pelo exame histopatológico. Assim, é necessário retirar um pequeno fragmento da lesão e enviar para o laboratório. As doenças auto-imunes, distúrbios de queratinização e de pigmentação são exemplos de disfunções dérmicas que são diagnosticadas dessa maneira;

Biópsia de pele (Fonte: OncoVet – Oncologia Veterinária)

 

  • Exames hormonais: certas doenças endócrinas podem ter manifestações cutâneas e as principais delas são o hipotireoidismo, e hiperadrenocorticismo e aquelas ligadas a hormônios sexuais. Dessa forma, muitas vezes dosagens de hormônios são necessárias para realizar o diagnóstico correto;
  • Exames de leishmaniose: a leishmaniose é uma doença complexa e requer um capítulo a parte. Ela frequentemente apresenta manifestações cutâneas. Nas áreas geográficas onde sabidamente ela é uma doença presente é importante realizarmos exames para confirmar ou excluir esse diagnóstico;
  • Ultrassom abdominal: o exame ultrassonográfico abdominal nos auxilia no diagnóstico da leishmaniose, do hiperadrenocorticismo e também de algumas doenças ligadas a hormônios sexuais. Por ser um método rápido e não invasivo, é interessante explorarmos esse recurso.

 

A partir de agora fica mais fácil entender a importância da solicitação dos exames que o veterinário do seu bichinho pede quando você se queixa sobre a pele dele.

Tire todas as suas dúvidas com o médico veterinário quando for consultar seu pet. Não leve dúvida pra casa!

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